QUEIMADOS S/A.

A HISTÓRIA

A cidade de Queimados, situada na zona oeste da Baixada Fluminense, emancipado do Município de Nova Iguaçu através da Lei Complementar nº 1793/90, possui em sua história a tradição popular que conta que o nome de Queimados surgiu num improviso de D. Pedro II que, chegando à cidade no dia 29 de março de 1858, a bordo de um comboio puxado pela locomotiva "Baronesa", quis se dirigir ao povo daquela localidade que o homenageava, e perguntou a sua comitiva o nome daquele lugar. Como ninguém soubesse informar o nome daquele pequeno povoado, o Imperador olhou ao redor, procurando algo de referencial para que pudesse batizar aquele povoado, quando se deparou com uma "queimada" feita nas imediações. Não teve dúvidas e de estalo batizou o lugarejo com o nome que perdura até a atualidade.
Queimados, na época, era o ponto final da ferrovia que iria ligar a capital do Império, a cidade do Rio de Janeiro, até a cidade de São Paulo.
Conta-se, também, que serviu de refúgio a escravos e a exílio de leprosos, podendo a referida "queimada" ser de corpos de escravos fugidos, para servir de exemplo, ou de corpos de leprosos, já que , naquela época, queimavam-se os corpos dos leprosos falecidos, como forma de controle da doença. E isso pode ser constatado, porque houve um hospital de leprosos no bairro denominado Ponte Preta, dando origem à Estrada do Lazareto.
Queimados, até o século passado, fazia parte da área territorial da Fazenda do Conde Modesto Leal, que também incluía as localidades de Cabuçu, Marapicu e Prados Verdes. Esta fazenda estendia-se até os atuais municípios de Itaguaí e Seropédica e se limitava nas matas do Rio Douro e de Jaceruba. Mais tarde essa propriedade foi comprada pela família Guinle, nome de batismo da principal avenida de Queimados, a Avenida Irmãos Guinle. Dessa grande área, cerca de cem alqueires foram desmembrados e adquiridos pela família Azevedo, que os vendeu em 1928 ao Dr. Guilherme Weinscheinck, que os denominou como Fazenda Queimados. Vestígios dessa época são registrados pela população, que hoje chama o lugar que antes ficava a sede da fazenda de "Fazenda Fanchem" ou simplesmente "Fanchem".
Queimados elevou-se à condição de Distrito por duas vezes. Até 1911 a sede do Distrito era Marapicu, quando a Lei 2008 a transferiu para o atual Município, o que não durou muito, porque em 1919 retornou a Marapicu e, cinco anos mais tarde, estabeleceu-se definitivamente na atual sede do Município.
Durante a época de ouro do cultivo da laranja, Queimados deu uma grande contribuição à economia do estado com vagões abarrotados dessas frutas em direção à capital, para que fossem exportadas. Com o advento da Segunda Guerra Mundial os navios da Marinha Mercante Brasileira foram enviados à Itália, a serviço dos aliados, para combater os nazistas, com isso prejudicando em muito o comércio internacional dos saborosos frutos cítricos queimadenses. Sem mercado interno de consumo, as grandes fazendas de laranja começaram a ruir, dando lugar aos primeiros loteamentos abrigando emigrantes oriundos de Minas Gerais, Espírito Santo e Nordeste, que em busca de emprego na capital da República, encontravam terrenos baratos na Baixada Fluminense e, conseqüentemente, em Queimados.